Entrada de 1/8/2009
Estou lendo um livro interessantíssimo chamado “A Cruz e o Crescente”, sobre as relações entre os povos das duas crenças dominantes: cristãos e muçulmanos (muçulmano quer dizer submetido, talvez submetido às novas diretrizes ensinadas por Maomé).
Por volta do ano 600, duas potências dominavam a região da Ásia, o império Romano do oriente e o império Persa. Esprimida entre essas duas nações estava um povo nômade que, inicialmente, estava unificado como um Estado-tampão romano dos árabes gassânicos. Eles eram importantes porque defendiam a fronteira bizantina dos persas e mantinha Constantinopla atualizada sobre o que acontecia no mundo árabe. Por algum motivo não muito bem esclarecido, Constantinopla decidiu suspender o patrocínio desses árabes, o que iniciou um período de confronto desgastante entre os bizantinos e persas.
Maomé recebeu suas revelações em 610. Em 620 ele e seus seguidores conquistaram Meca. Antes mesmo de sua morte, os árabes já haviam iniciado ataques às fronteiras orientais. Cerca de vinte anos após a morte de Maomé, eles já haviam conquistado muitos territórios bizantinos e absorvido completamente o império Persa. Em 635 capturaram Damasco, em 638 Jerusalém e em 642 Alexandria, território egípcio, que era província rica bizantina. Em 670 fundaram uma cidade na Tunísia e de lá lançaram ataques ao Marrocos que caiu em 681 e Cartago em 698. Da África rumaram em um ataque maciço à Europa em 711, quando invadiram a Espanha. Em 718 tomaram toda a península ibérica e a partir dali passaram a enviar ataques a França.
Portanto, num período de cerca de cem anos, eles passaram de povo que serve a povo que domina, devastando os dois principais impérios do planeta na época e fincando bases no ocidente.
É admirável a capacidade de mobilização desse povo, a determinação e o senso de rebeldia contra o status dominante. Devemos respeitá-los e conhecer o que há de bom na cultura e modo de vida deles. Nunca subestimá-los ou oprimí-los, pois eles estarão prontos a responder de forma surpreendente...Temos exemplos contemporâneos disso...
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