domingo, 2 de agosto de 2009

Rafael












Entrada de 18/7/2009

Livro da Taschen com a biografia do pintor italiano Rafael. Este, Michelangelo e Leonardo da Vinci são considerados a trindade do período renascentista.

Rafael nasceu em Urbino em 1483. A cidade italiana era um centro importante, do ponto de vista cultural, durante o período renascentista.

O pai de Rafael morreu em 1494 e sua mãe já havia morrido três anos antes. A sua educação esteve a cargo de Pietro Perugino, na época um dos artistas da nova geração. Com Perugino, Rafael aprendeu a importância da organização do processo criativo. Uma obra deveria passar por várias etapas de preparação até chegar no resultado final.

Diferentemente de Da Vinci e Michelangelo, Rafael não dominava tão bem os conhecimentos de anatomia, que no caso de Michelangelo produziam as belas representações de corpos musculosos e retorcidos. Em seus estudos iniciais, copiava as figuras dos dois mestres italianos, mas sem os detalhes dos dois. De Da Vinci também recebeu a influência para a técnica do chiaroscuro e o sfumato.

Um dos temas abordados de forma recorrente por Rafael é o da Madona. A Madona não é um tem biblíco e só ganhou importância, posteriormente, por meio dos teólogos. Os quadros das Madonas de Rafael eram muito populares em Florença e deram acesso às famílias ricas da época. O período florentino de Rafael em que absorveu as influências de Michelangelo e Leonardo durou quatro anos.

A mudança de Rafael para Roma finda o período de experimentação. Na fase romana, as Madonas são mais maternais e as crianças mais infantis. A fase romana (12 anos finais de sua vida), como pintor da corte papal, é o período de maior sucesso de Rafael. O Vaticano, na época, era o centro de poder de Roma. Por indicação de Bramante – arquiteto que projetou a basílica de São Pedro – Rafael foi incumbido de pintar os afrescos das salas (stanze) do piso superior do Palácio Vaticano. Os dois trabalhos mais importantes pintados nas salas do Vaticano são A Disputa e A Escola de Atenas. Assim como “A Disputa” reunia um elenco de teológos eminentes, “A Escola de Atenas” de Rafael reunia um grupo de respeitados filósofos. Este afresco teve o auxílio do arquiteto Bramante na sua composição. Nesse período, enquanto Rafael pintava os afrescos do Palácio Vaticano para o papa Julio II, Michelangelo trabalhava no teto da Capela Sistina...O papa seguinte Leão X, da família Medici, também foi outro patrocinador de Rafael no período romano.

A Escola de Atenas era um afresco que reproduzia a academia de Platão (escola de pensamento grega) e continha filósofos de várias épocas ao redor de Platão e Aristóteles. Platão representa o mundo inteligível e Aristóteles, o mundo sensível. Platão no afresco de Rafael era personificado pela figura de Leonardo da Vinci. Michelangelo estava represenado como Heráclito de Éfeso. Este foi o último personagem pintado por Rafael e acrescentado após a conclusão da obra. Heráclito era conhecido como um filósofo de temperamento amargo e que desprezava seus rivais. No afresco de Rafael ele está separado dos demais filósofos, solitário na beira de uma escada. Este acréscimo foi feito após a exposição da primeira metade dos afrescos da Capela Sistina por Michelangelo. A influência sobre Rafael foi tão grande que além de pintar um personagem a mais em "A Escola de Atenas", Rafael utilizou o tema recorrente de Michelangelo sobre a anatomia dos corpos humanos em "A expulsão de Heliodoro".

Em Rafael não há uma simbologia ímplicita, a empatia com o que era representado era que tinha importância.

Posteriormente, aos temas religiosos, foram acrescidos os interesses na pintura de representações da mitologia pagã e de personagens ou temas da Antiguidade Clássica.

Além dos afrescos, Rafael pintou muitos retábulos e foi um retratista famoso da época.

Próximo ao final da vida – o pintor morreu precocemente, aos 37 anos – Rafael foi nomeado arquiteto-chefe da nova catedral de São Pedro, cargo antes ocupado pelo finado Bramante. Na época, um arquiteto não tinha um aprendizado formal e seu sucesso era resultado da prática mesmo. Com Rafael, cujas experiências anteriores como arquiteto eram praticamente nulas, não foi diferente. Rafael era um seguidor de Bramante na glorificação da influência da Antiguidade Clássica. Este era seu projeto principal pouco antes da morte: a tradução dos escritos de Vitrúvio, que influenciou a arquitetura clássica romana e a cópia das próprias edificações existentes em Roma, consequência desta influência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário